​A deformidade da coluna vertebral engloba uma série de alterações estruturais que afetam a forma, função e alinhamento do tronco, que variam desde a escoliose e cifose até deformidades congênitas ou aquelas resultantes de doenças degenerativas. 

Nesses casos, o tratamento pode ser invasivo, resultando em longas recuperações e cicatrizes significativas. No entanto, tanto no diagnóstico quanto no tratamento, surgiram novas possibilidades para a correção, controle da dor e melhora da qualidade de vida. 

Este artigo explora os tipos de deformidade, as novas técnicas terapêuticas, os benefícios das inovações e os desafios que ainda persistem.

​Tipos Comuns de Deformidade da Coluna

​A escoliose é uma curvatura lateral da coluna, que pode manifestar-se na adolescência (escoliose idiopática do adolescente) ou em adultos. Sua progressão pode causar dor, problemas respiratórios e desequilíbrio do tronco. 

A cifose é o aumento da curvatura da parte torácica da coluna, conhecida popularmente como “corcunda”. Pode ser postural, idiopática (como a doença de Scheuermann) ou resultado de fraturas por compressão.

​Já a lordose exagerada é a curvatura acentuada da região lombar ou cervical que, quando excessiva, pode provocar dores e alterações funcionais, impactando a postura e o caminhar. 

Existem também as deformidades congênitas, que se desenvolvem durante a formação fetal e incluem anomalias como fusões vertebrais ou hemi-vértebras, exigindo intervenção precoce para evitar complicações no crescimento. 

Por fim, as deformidades adquiridas ou degenerativas, resultantes do envelhecimento, como osteoporose, artrite, fraturas, e osteoartrite, que levam ao colapso vertebral e à perda do alinhamento normal. A complexidade de cada tipo exige uma abordagem de tratamento personalizada.

​A Tecnologia no Diagnóstico e Planejamento

​O diagnóstico precoce é um fator importante para qualquer tratamento de deformidade da coluna. A tomografia computadorizada (TC) tridimensional e a ressonância magnética (RM) 3D são alguns dos recursos que permitem uma visualização detalhada da angulação, rotação vertebral e envolvimento de tecidos moles e nervos. 

Essa abordagem não se limita a uma visão bidimensional, mas oferece uma compreensão completa da deformidade, permitindo que os cirurgiões identifiquem estruturas anatômicas vitais e planejem a abordagem mais adequada a cada paciente.

​Ainda mais relevantes são a modelagem e simulação virtual. Softwares criam modelos virtuais da coluna do paciente, permitindo que o cirurgião simule diferentes abordagens cirúrgicas. 

Isso possibilita prever a tensão que a correção irá causar nas vértebras, identificar potenciais pontos de falha e otimizar a colocação de implantes. Essa tecnologia minimiza os riscos e imprevistos durante a cirurgia real.

Além disso, a impressão 3D de guias cirúrgicos específicos para o paciente é outro recurso útil. Eles são moldados com base no modelo virtual do paciente, ajudando o cirurgião a posicionar parafusos e hastes com uma precisão milimétrica. 

Estudos mostram que em casos de escoliose severa, o uso de guias 3D melhora significativamente a exatidão da instrumentação, podendo reduzir o tempo cirúrgico e o risco de lesões neurológicas. 

Adicionalmente, a avaliação funcional dinâmica, que inclui análises de marcha, postura e capacidade pulmonar, fornece dados quantitativos sobre o impacto da deformidade na vida do paciente, auxiliando na definição de prioridades terapêuticas.

​Avanços Terapêuticos e Cirúrgicos para o Tratamento de Deformidade da Coluna

​Baseado no diagnóstico aprimorado, surgiram métodos com foco em técnicas menos invasivas e mais personalizadas. 

As técnicas minimamente invasivas (MI), como a cirurgia por via tubular, endoscopia e abordagens percutâneas, são algumas das técnicas que causam menos dano aos músculos paravertebrais e tecidos moles, resultando em menor sangramento, dor pós-operatória reduzida e um tempo de recuperação significativamente menor. 

A navegação cirúrgica assistida por imagem, com o uso de fluoroscopia 3D e sistemas robóticos, tornou-se padrão-ouro em muitas cirurgias de coluna. 

Esses sistemas fornecem uma visualização em tempo real do progresso da cirurgia, assegurando a colocação adequada dos implantes. O robô atua como um “GPS” para o cirurgião, aumentando a segurança e a precisão da instrumentação.

​No campo dos implantes e materiais avançados, as atualizações são constantes. O uso de cages de fusão intervertebral otimizados por modelagem topológica é um exemplo. 

Esses implantes são projetados para se ajustar à anatomia do paciente, reduzindo o risco de afundamento do implante no osso vertebral. Além disso, a engenharia de materiais resultou em hastes, parafusos e sistemas modulares que permitem correções mais adaptativas, enquanto materiais biocompatíveis e com biodegradação controlada estimulam a osteointegração.

​A tração de halo (Halo-Gravity Traction, HGT), uma técnica de pré-operatório para deformidades severas, demonstrou ser altamente eficiente. Ao aplicar uma tração gradual na cabeça do paciente, a HGT pode reduzir o ângulo da curvatura, melhorar a capacidade pulmonar e diminuir os riscos operatórios. Isso permite que a cirurgia corretiva seja realizada com menos estresse para o paciente.

​Reabilitação e Terapias do Futuro

​A recuperação pós-operatória também se beneficiou da tecnologia. A reabilitação assistida por tecnologia, como a robótica na fisioterapia, ajuda a restaurar a mobilidade e fortalecer os músculos de forma precisa e controlada. 

A realidade virtual tornou os exercícios de reabilitação mais engajadores, o que aumenta a adesão do paciente e pode até mesmo auxiliar no controle da dor. Sensores de movimento fornecem feedback em tempo real, assegurando que os exercícios terapêuticos sejam executados corretamente e otimizando os resultados.

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​O Futuro do Tratamento de Coluna

O tratamento das deformidades da coluna caminha para uma integração cada vez maior com as tecnologias mais recentes, que já demonstram potencial para auxiliar no diagnóstico, planejar cirurgias complexas com personalização, além de prever desfechos individualizados para cada paciente. 

Nesse cenário de inovação, o Dr. Fabio Vieira atua com planejamento cirúrgico avançado, técnicas minimamente invasivas e acompanhamento personalizado. Sua prática clínica incorpora ferramentas atualizadas para avaliação da coluna e utiliza protocolos cientificamente comprovados para guiar tratamentos.

Agende sua avaliação com o Dr. Fábio Vieira.

Dr. Fabio Vieira

Médico e Cirurgião Ortopedista Especialista em Coluna

CRM 150455 | RQE 94929